Braskem encerra produção em Maceió, mas fábrica seguirá ativa
14/10/25
By:
Redação
A decisão representa o fim definitivo da produção local desses compostos em Alagoas

A Braskem anunciou o encerramento da produção de cloro, soda cáustica e dicloretano em sua unidade localizada no Pontal da Barra, em Maceió, mas informou que a fábrica seguirá ativa em outro formato, operando como um centro de armazenamento do insumo químico importado para abastecer outras plantas da empresa.
A decisão representa o fim definitivo da produção local desses compostos em Alagoas, cuja operação já vinha sendo reduzida desde 2019 com o encerramento da extração de sal-gema na região. Em 2025, a Braskem desativou a terceira e última “célula eletrolítica” dedicada à produção de cloro e soda, etapa que marca a paralisação oficial das atividades produtivas na planta. Segundo o sindicato local, o processo gradual de hibernação das células começou no início do ano e foi concluído em setembro.
Embora a produção cesse, a estrutura física da fábrica não será abandonada. A unidade será reaproveitada como ponto de armazenamento de dicloretano importado, substância que vai abastecer o polo petroquímico de Marechal Deodoro, onde se concentra a produção de PVC da Braskem. Navios com carga de dicloretano deverão fazer escala no porto da planta em Maceió, e o produto será transferido por dutos às instalações em Marechal Deodoro.
Para efetivar essa nova função logística, parte das atividades da planta será preservada, embora em escala muito reduzida. Estima-se que apenas cerca de 90 trabalhadores permanecerão para assumir as funções de armazenagem, transporte e apoio logístico; o restante dos colaboradores deverá ser transferido ou desligado. O sindicato local afirma que muitos trabalhadores já foram realocados para outras unidades da Braskem em estados como Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A medida ocorre em meio a um cenário de incerteza quanto ao futuro da operação no estado. A planta de Maceió, ao longo das décadas, acumulou riscos ambientais e técnicos — especialmente pela crise conhecida como afundamento do solo, associada à extração de sal-gema, que resultou na desocupação de bairros inteiros e em danos estruturais à cidade.
A Braskem, por sua vez, sustenta que a mudança não configura um encerramento total da fábrica, mas sim uma reconfiguração do uso do local. O presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea) afirmou que o investimento estimado para a adaptação da planta gira em torno de R$ 100 milhões, de modo a permitir que a unidade de Maceió atue como centro logístico de produtos importados.
Entretanto, a recuperação ambiental da área, especialmente do solo contaminado e da região que sofreu subsidência, será um grande desafio. Especialistas consultados indicam que o processo de descontaminação pode levar pelo menos uma década, e que a presença contínua da estrutura industrial exige monitoramento constante.
Até o momento, a Braskem não definiu o destino definitivo de muitos equipamentos da antiga planta, nem se haverá venda como sucata. Também não há confirmação oficial dos impactos tributários ou econômicos no estado e no município por conta da redução das atividades produtivas.
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