Caos na saúde de Alagoas: População fica sem atendimento por falta de salário para médicos
13/10/25
By:
Redação
Médicos e sindicatos denunciam que há profissionais com até nove meses de vencimentos atrasados

A saúde pública de Alagoas enfrenta um cenário de caos, com a população ficando sem atendimento médico devido ao atraso no pagamento dos salários de profissionais da área. Hospitais, UPAs e maternidades de diversas regiões do estado reduziram ou suspenderam o funcionamento por falta de repasses do governo estadual às empresas e unidades responsáveis pelos serviços.
Médicos e sindicatos denunciam que há profissionais com até nove meses de vencimentos atrasados, situação que compromete não apenas o sustento das famílias, mas também o atendimento básico da população.
Em Maceió, unidades de pronto atendimento como as do Jacintinho e do Tabuleiro, geridas pela empresa Help Serviços Médicos, estão com salários atrasados há até três meses. Em Arapiraca, médicos do setor de ortopedia do Hospital Chama relatam nove meses sem pagamento.
O Hospital Veredas, também na capital, enfrenta situação semelhante, com três folhas salariais, férias e 13º atrasados, o que levou a Justiça Federal a determinar o bloqueio de verbas estaduais para quitar os débitos. Denúncias semelhantes ocorrem em outras unidades do interior, incluindo hospitais referência em oncologia e maternidades, que operam de forma reduzida por falta de recursos.
A consequência direta é o colapso do atendimento. Muitos médicos seguem trabalhando por compromisso com os pacientes, mas relatam condições precárias, falta de medicamentos, insumos e segurança. Outros optaram por deixar os cargos diante da falta de pagamento e da sobrecarga. O resultado é a superlotação nas unidades que ainda funcionam e o aumento das filas e do tempo de espera para emergências e exames. Pacientes relatam a dificuldade de conseguir atendimento e afirmam que casos simples acabam se agravando pela demora.
De acordo com o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), os atrasos decorrem da falta de repasses do governo estadual a hospitais e prestadores de serviço. O Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Estadual já abriram investigações e promoveram reuniões emergenciais para cobrar explicações da Secretaria de Saúde e das empresas contratadas. A Justiça, por sua vez, já determinou bloqueios de verbas para garantir o pagamento dos salários.
Além dos atrasos, há críticas à precarização dos vínculos trabalhistas. Muitos médicos e enfermeiros atuam sob contratos temporários ou terceirizados, sem garantias como férias, licenças e estabilidade. Entidades da categoria cobram a realização de concursos públicos e mais transparência na gestão dos recursos.
A crise afeta diretamente o direito constitucional à saúde. Pacientes com doenças crônicas, gestantes e pessoas em tratamento oncológico são os mais prejudicados. Sem uma solução rápida, especialistas alertam que o sistema pode entrar em colapso total. O Sinmed e outras entidades pedem que o governo regularize imediatamente os pagamentos, priorize o orçamento da saúde e assegure melhores condições de trabalho para evitar a paralisação completa dos serviços.
O governo do estado, por sua vez, afirma que trabalha para resolver os repasses e garantir o funcionamento das unidades, mas ainda não apresentou um calendário concreto de pagamento.
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