Cesmac completa 52 anos e vê sua autonomia ameaçada pelo prefeito de Maceió

O Centro Universitário Cesmac, com sede em Maceió e campi no interior do estado, completou 52 anos nesse domingo, dia 5, consolidando-se como uma das instituições privadas de ensino superior mais importantes de Alagoas e do Nordeste.

Sua história é marcada pela visão inovadora do idealizador Padre Teófanes Augusto de Araújo Barros (1912-2001), que deixou profundas contribuições para a educação no estado.

Padre Teófanes foi responsável pela criação de instituições de grande relevância em Alagoas, como o Colégio Guido de Fontgalland, fundado em 1939, e a Faculdade de Filosofia de Alagoas, inaugurada em 1950 com o objetivo de suprir a carência de professores para o ensino primário e secundário.

Nos anos 1940, sua atuação na Campanha Nacional dos Educandários Gratuitos (CNEG) contribuiu para a criação de mais de 50 colégios secundários em cidades do interior do estado.

Ao longo de sua vida, ele também incentivou a criação de faculdades de formação de professores em municípios como Penedo e Arapiraca e promoveu a expansão da educação noturna em Maceió.

A fundação do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), em 1973, representou a concretização de décadas de dedicação de Padre Teófanes à educação. A instituição tornou-se referência no ensino superior em Alagoas, oferecendo uma ampla variedade de cursos, como Direito, Psicologia e Serviço Social na área de Ciências Sociais e Humanas; Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Medicina Veterinária na área da Saúde; Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção e Arquitetura e Urbanismo nas áreas de Ciências Exatas e Tecnológicas; e ainda cursos de Pedagogia, Letras e Jornalismo, consolidando o legado do educador e destacando a importância do ensino noturno como alternativa de acesso à educação superior no estado.

Hoje, o Cesmac enfrenta um desafio que coloca em risco sua autonomia. A Lei Delegada nº 12/2025, sancionada pelo prefeito de Maceió, JHC, prevê a extinção da FEJAL — fundação que administra o Cesmac — e a transferência da gestão para uma nova entidade vinculada ao Gabinete do Prefeito. 

A medida gerou ampla repercussão e críticas de professores, alunos e dirigentes da instituição, que alertam para possíveis impactos na qualidade do ensino e na independência acadêmica e principalmente o uso político-eleitoral. O Ministério Público acionou a Justiça solicitando a suspensão temporária da lei, reforçando a necessidade de cautela diante de um processo que afeta diretamente a comunidade universitária.

O aniversário de 52 anos do Cesmac não é apenas uma celebração de décadas de ensino superior, mas também um momento de reflexão sobre a importância da autonomia institucional e da continuidade do legado de Padre Teófanes.

Entre desafios políticos e administrativos, a comunidade acadêmica reafirma seu compromisso com a educação, a pesquisa e a extensão, mantendo viva a obra do educador que dedicou sua vida a transformar a educação em Alagoas.

Fonte: 082 Notícias