Israel aprova cessar-fogo com Hamas

O governo de Israel ratificou, na madrugada desta sexta-feira (9 de outubro de 2025), um acordo de cessar-fogo com o grupo militante Hamas, abrindo caminho para a suspensão dos combates em Gaza nas próximas 24 horas e para a libertação de reféns israelenses dentro de 72 horas.

O gabinete israelense aprovou o “esboço” do acordo após horas de debate, segundo fontes oficiais. A proposta, negociada com mediação dos Estados Unidos, Egito, Turquia e Catar, estabelece que o cessar-fogo entre em vigor com a retirada parcial de tropas israelenses em Gaza, e que o Hamas liberte todos os reféns remanescentes em troca da libertação de prisioneiros palestinos.

Segundo o Exército de Israel, o cessar-fogo passou a valer a partir das 12h (horário local). Tropas israelenses já começaram a se reposicionar nas linhas de implantação acordadas e a recuar de algumas regiões de Gaza.

O líder exilado do Hamas, Khalil al-Hayya, afirmou que o grupo recebeu garantias dos mediadores e dos EUA de que a guerra havia chegado ao fim. Conforme o acordo, cerca de 20 reféns vivos seriam liberados nas primeiras 72 horas após o início da trégua. 

Em contrapartida, Israel comprometeu-se a libertar aproximadamente 2.000 prisioneiros palestinos, inclusive mulheres, crianças e presos de longa pena. Também previsto no acordo está o reabastecimento humanitário de Gaza, com a facilitação da entrada de suprimentos e auxílio a civis afetados pela guerra.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou a aprovação como uma “vitória nacional e moral”, embora tenha advertido que, caso o Hamas não cumpra suas obrigações, Israel retomará as operações militares. Em discurso televisionado, Netanyahu declarou que o Hamas aceita o acordo “porque sentiu a espada sobre o pescoço” e reafirmou que a desmilitarização da Faixa de Gaza permanece como meta.

Apesar dos avanços, muitos pontos cruciais ainda dependem de implementação futura: como será o controle de Gaza, se o Hamas aceitará desarmar-se integralmente, quem governará o território pós-conflito e como garantir que o cessar-fogo seja sustentável.