MPF denúncia Braskem e 15 pessoas por crimes ligados à exploração de sal-gema em Maceió
18/10/25
By:
Redação
De acordo com o MPF, as condutas apontadas enquadram-se em diversos tipos penais e ambientais

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta sexta-feira (17 de outubro de 2025) denúncia à Justiça Federal de Alagoas contra a Braskem, empresa petroquímica, e 15 pessoas físicas, por crimes ligados à exploração de sal-gema na capital alagoana.
A peça acusatória, segundo o MPF, possui 390 laudas e cerca de 7.500 páginas de anexos, o que demonstra a densidade e complexidade das investigações. Entre os denunciados estão gestores da empresa, técnicos e autoridades ambientais – embora os nomes ainda não tenham sido divulgados ao público devido à decretação de sigilo.
As acusações
De acordo com o MPF, as condutas apontadas enquadram-se em diversos tipos penais e ambientais. Entre os crimes imputados estão:
Poluição qualificada que torna uma área imprópria para ocupação humana, segundo o artigo 54, §2º, I, combinado com o artigo 58, I, da Lei 9.605/98.
Apresentação de estudo ambiental falso, incompleto ou enganoso (artigo 69-A, §2º, da Lei 9.605/98).
Exploração de bens pertencentes à União sem autorização (artigo 2º da Lei 8.176/91, Lei de Crimes contra a Ordem Econômica).
Dano qualificado ao patrimônio público (artigo 163, parágrafo único, III, do Código Penal).
Falsidade ideológica (artigo 299, do Código Penal).
Concessão irregular de licença ambiental (artigo 67 da Lei 9.605/98).
Crimes funcionais contra a administração ambiental (artigo 66 da Lei 9.605/98).
Contexto e relevância
A denúncia recai sobre operações da Braskem que envolvem a exploração de sal-gema no entorno urbano de Maceió, sobretudo nos bairros afetados por subsídios do solo, como Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Pinheiro. Estudos apontam que a atividade de mineração, em conjunto com o descolapso das cavernas subterrâneas de sal-gema, provocou afundamento do solo, risco de colapso e o deslocamento de milhares de moradores.
Conforme levantamentos anteriores, cerca de 60 mil pessoas teriam sido obrigadas a deixar suas casas em razão do risco causado pela extração de sal-gema.
O que o MPF pede
Na denúncia, o MPF requer ainda que o sigilo processual seja levantado para permitir maior transparência no acompanhamento da ação. Também foi solicitada a juntada de novos documentos ao processo. Com a peça protocolada, caberá agora à Justiça Federal decidir se recebe a denúncia, o que então dará início à ação penal propriamente dita.
A posição da empresa
A Braskem, por meio de nota, afirmou que “reitera seu compromisso com a sociedade alagoana, assim como o respeito e solidariedade para com os moradores afetados”. A empresa disse que ainda não teve acesso à íntegra da denúncia e exercerá seu direito de defesa nos autos.
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