Premiê francês renuncia horas depois de ser nomeado

Poucas horas depois de apresentar seu novo gabinete, o primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (6), em mais um capítulo de profunda instabilidade política no país. O anúncio de sua demissão foi aceito pelo presidente Emmanuel Macron, que havia nomeado Lecornu como chefe de governo após o colapso do mandato do antecessor, François Bayrou — este último derrotado em voto de confiança no Parlamento.

A renúncia ocorreu apenas 13 a 14 horas depois de o primeiro-ministro apresentar a composição ministerial. Lecornu, que já era o quinto primeiro-ministro nomeado por Macron em cerca de dois anos, atribuiu a saída à intransigência política. Disse que não era possível exercer a função “quando as condições não são atendidas”, apontando para “egos” instalados entre opositores e aliados que se mantiveram presos a manifestos partidários.

A crise se intensificou porque o Parlamento francês permanece fragmentado e nenhum bloco político conseguiu garantir maioria estável. O Reunião Nacional (extrema-direita) já exigiu que Macron convoque eleições parlamentares antecipadas, enquanto o movimento France Insoumise (extrema-esquerda) sugeriu que o próprio presidente deveria renunciar.

Macron, em resposta, incumbiu Lecornu de conduzir “negociações finais” até quarta-feira para tentar encontrar uma “plataforma de ação e estabilidade” para o país — mesmo tendo aceitado sua renúncia.