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Haddad vira o vilão dos impostos

  • Foto do escritor: Luiz Carlos Azedo
    Luiz Carlos Azedo
  • 18 de jul. de 2024
  • 4 min de leitura

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Lula faturou politicamente na opinião pública ao se posicionar contra a taxação da carne e da blusinha, mas expôs seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aos “memes” na internet

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem sendo vítima de uma onda de “memes” na internet, pelo WhatsApp e nas redes sociais, nos quais a oposição procura demonizá-lo como vilão dos impostos. Num deles, o petista é “trolado”, para usar uma gíria da internet, ao ser comparado ao famoso diretor e ator paulista de filmes de terror José Mojica Marins, o Zé do Caixão, falecido em 2020. A onda de ataques mistura humor corrosivo e fake news, para se aproveitar de alguns debates sobre a regulamentação da reforma tributária e outros impostos no Congresso, que deixam o ministro numa saia justa, pois está sendo apelidado de “Taxad”.Dois temas nos quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divergiu de seu ministro da Fazenda favoreceram os memes contra Haddad: a inclusão ou não da proteína animal, principalmente a carne vermelha, na cesta básica (a equipe econômica era contra) e a taxação do imposto da blusinha, o debate sobre a compra de produtos de consumo importados com valor abaixo de US$ 50 — o que equivaleria a R$ 274 reais no câmbio de ontem —, que foi taxada com apoio da Fazenda.
Lula faturou politicamente na opinião pública ao se posicionar contra a taxação da carne e da blusinha, mas expôs Haddad aos “memes” na internet. O termo do grego clássico significa imitação. É bastante conhecido e utilizado no “mundo da internet”, referindo-se ao fenômeno de “viralização” de uma informação — ou seja, qualquer vídeo, imagem, frase, ideia, música e etc., que se espalhe entre vários usuários rapidamente e alcance muita popularidade. Do ponto de vista de conteúdo, não é um fenômeno novo na política, porém, a rapidez e a forma como hoje se propagam as fake News e “memes” nas redes sociais não têm precedentes.

O caso mais famoso de fake news na política brasileira ocorreu numa escala muito menor, mas decisiva eleitoralmente, durante as eleições presidenciais de 1946. O brigadeiro Eduardo Gomes, representante de uma forte coligação encabeçada pela UDN, era o favorito na disputa com o general Eurico Dutra, da frente liderada pelo PSD. Um dos sobreviventes da Revolta dos 18 do Forte, em 1922 — marco inicial do tenentismo, quando foi ferido gravemente —, era um herói vivo do movimento.

Eduardo Gomes participou da Revolta Paulista de 1924 e foi preso quando se dirigia para integrar a Coluna Prestes. Solto em 1926, foi novamente preso em 1929. Voltou à liberdade em maio de 1930, a tempo de participar das ações que viriam a derrubar Washington Luís, após o fracasso eleitoral da Aliança Liberal, a Revolução de 1930. Com a subida ao poder de Getúlio Vargas, criou o Correio Aéreo Militar, que viria a se tornar o Correio Aéreo Nacional. Em 1935, comandou o 1º Regimento de Aviação contra o levante conhecido como Intentona Comunista. Em 1937, com a decretação do Estado Novo, exonerou-se do comando e passou a fazer oposição a Vargas. Mais tarde viria a criar a Aeronáutica, força da qual foi ministro três vezes.

Marmiteiros

Na campanha eleitoral, franco favorito, num comício em São Paulo, principal base da UDN, Gomes teria dito que dispensava o apoio da “malta de desocupados”, referindo-se, supostamente, aos sindicalistas do PTB, engajados na campanha de Eurico Gaspar Dutra. O líder trabalhista Hugo Borghi, aviador e empresário agroindustrial do algodão, descobriu que “malta” era sinônimo não só de “bando, súcia”, como também de grupos de operários que carregavam marmitas. A partir disso, disseminou o boato de que Gomes, já visto como elitista, desprezava o “voto dos marmiteiros”.

Imediatamente, os trabalhadores foram exaltados no jingle de campanha de Dutra: “Marmiteiro, marmiteiro, todo mundo grita/ E lá na minha casa só tem papa de marmita/ Vamos entrar no cordão do marmiteiro/ e quem não tiver pandeiro na marmita vai tocar”. O candidato da UDN ainda tentou se explicar, porém, uma semana antes da votação, foi abatido por um manifesto de Vargas em favor de Dutra.

O Brasil superou a marca de 156 milhões de pessoas com 10 anos ou mais conectadas à internet (computador ou celular), equivalente a 84% da população do país, segundo a pesquisa anual TIC Domicílios 2023, realizada em parceria do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) com o Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.Br).

Houve um aumento de usuários conectados em 2023, em relação aos 80% registrados no ano anterior. O número de pessoas conectadas, porém, pode ser ainda maior, de 164 milhões. Em 2023, a alta foi impulsionada pelo público feminino, cujo porcentual saiu de 81% do ano passado para 86% em 2023. E, também, pelas classes C e D/E: esses estratos da população saíram de 87% para 91% e 60% para 67%, respectivamente. É aí que os memes bombam mais.

Embora esteja sendo discutida e votada agora, a reforma tributária deve entrar em vigor só a partir de 2026 e, gradualmente, até 2033. Entretanto, a taxação de compras internacionais de até US$ 50 virou lei no fim de junho. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento e da Indústria, ontem, saiu em defesa de Haddad.

“Se pegarmos a carga tributária de 2022 para 2023, ela não aumentou. Pode até dar uma conferida, acho até que caiu”, afirmou.

Segundo números do Tesouro Nacional, a carga tributária somou 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Isso representa uma queda de 0,64 ponto percentual do PIB em relação ao valor registrado em 2022 (de 33,07% do PIB). Ou seja, não é verdade que Haddad aumentou a carga tributária.

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