Hoje é um dia triste com a morte do jornalista e escritor Cícero Sandroni.
Ivan Alves Filho
18 de jun.
2 min de leitura
Trabalhei com Cícero na década de 80, quando editei o suplemento do Jornal do País , no Rio de Janeiro.
Democrata exemplar, Cícero Sandroni fundou a revista Ficções , uma janela para a liberdade de criação entre nós.
Cícero ocupou, por dois anos, a Presidência da Academia Brasileira de Letras, com competência e cordialidade.
Devo a ele inúmeras provas de amizade e estímulo. Quando publiquei o meu livro Velho Chico mineiro, prefaciado pelo saudoso presidente Itamar Franco, Cícero, então editor do caderno cultural do Jornal do Commercio , reservou uma página inteira do periódico para a apresentação da obra.
Mais: quando o historiador Martim Cézar Feijó reuniu em livro todos os ensaios de Astrojildo Pereira a respeito da obra do extraordinário Machado de Assis, Cícero, atendendo a um pedido meu, patrocinou a sua edição. E, o que era muito raro no tocante à forma de proceder da Academia Brasileira de Letras, liberou o selo da prestigiosa instituição para compor a quarta capa do livro.
"Esta Casa", disse-me ele referindo-se à ABL, " é também a Casa de Astrojildo Pereira". A Fundação Astrojildo Pereira editou orgulhosamente a obra.
Transcorria o ano de 2008, o do Centenário de Machado de Assis. Simbolicamente, foram convidadas cem pessoas, em todo o país. Para honra minha, Cícero Sandroni, então presidente da Academia, fez questão de incluir o meu nome entre os cem convidados.
Sua generosidade não parou aí: quando Francisco Inácio de Almeida e eu organizamos o livro Itamar Franco, homem público, democrata e republicano, Cícero Sandroni cedeu o espaço da Academia Brasileira de Letras para a realização do lançamento.
Homem de uma generosidade a toda prova, Cícero Sandroni deixa saudades desde já.
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