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O olhar exclusivo para os testes de avaliação é ruim

  • Foto do escritor: Cristovam Buarque
    Cristovam Buarque
  • 1 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

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Um dos passos positivos da educação a partir do final do século XX foi a adoção de práticas de avaliação como o Ideb e o Enem, no Brasil, e os testes de avaliação internacional do Pisa. Passamos a avaliar as escolas em função do número de alunos aprovados para ingresso na universidade. Os governos comemoram o aumento total do número de matriculados no ensino superior e as escolas exibem cartazes com fotos dos ex-­alunos aprovados. Não se avalia, contudo, o impacto da educação de base sobre os que não chegam ao ensino superior. É como se o propósito da avaliação de todo o sistema educacional fosse saber o sucesso de um vestibular, sem importar como ficaram os que não ingressaram, nem para que serviu entrar. Como se só importasse quantos chegam a uma ponte, sem considerar quantos não chegaram a ela e quantos alcançam o outro lado, nem qual o destino seguido depois pelos que conseguiram atravessá-la.

A avaliação da educação não tem levado em conta quantos não se matriculam no ensino fundamental, quantos abandonam a escola e ficam para trás no analfabetismo pleno ou funcional, quantos não concluem o ensino médio com qualidade e vivem despreparados para o mundo contemporâneo. A educação de base não tem sido avaliada como plataforma para lançar o jovem no mundo em que viverá, buscando sua felicidade pessoal e sua participação na construção de um mundo melhor. O que tem importado, insista-se, é quanto aumentou o número de alunos no ensino superior.

“É como se só importasse quantos chegam a uma ponte, e não quantos alcançam o outro lado”

As escolas não são avaliadas para saber se cada aluno concluiu sua educação de base sabendo falar, entender, escrever, criticar na língua portuguesa; se ficou fluente em pelo menos um idioma estrangeiro; se recebeu noções de oratória, para saber se expressar na vida social e profissional; se está preparado para entender o mundo ao conhecer ciências, história, geografia, filosofia; se aprendeu noções e conhecimentos que lhe facilitem deslumbrar-se com as artes; se adquiriu consciência necessária para se solidarizar com a humanidade; perceber a necessidade de desenvolvimento sustentável e solidário com a natureza e com os seres humanos; se adquiriu habilidade para o desempenho de um ofício que lhe permita emprego ou empreendedorismo para assegurar renda satisfatória; ser capaz de continuar aprendendo mesmo depois da escola; e, para os vocacionados, o conhecimento necessário para disputar vaga nos melhores cursos das melhores universidades.

A avaliação da educação precisa ser educada para deixar de ser apenas uma régua estatística. É fundamental levar em conta não apenas quantos ingressam, mas quantos concluem os cursos, quais as necessidades do curso, qual o efeito da formação na inserção profissional do aluno na sociedade e o valor do que aprendeu para ajudar a construir o país, sobretudo qual o seu preparo para se reciclar profissionalmente ao longo da vida.

É preciso educar a avaliação para que sirva ao seu verdadeiro papel: indicar se a educação está oferecendo a cada pessoa, desde a infância, o mapa para sua vida pessoal e para suas atividades sociais na direção de aumentar o grau de riqueza, liberdade, justiça, civilidade no país onde vive. Não há outro caminho para encaminhar um Brasil mais justo.

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