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"Ainda Estou Aqui": O Oscar Que Consagrou a Alma Brasileira

  • Foto do escritor: Regis Cavalcante
    Regis Cavalcante
  • 5 de mar.
  • 3 min de leitura

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Em um momento que parecia congelar o tempo, o Teatro Dolby silenciou. Até que, ao ouvir ...and the Oscar goes to “Ainda Estou Aqui” o Brasil explodiu. Não em fogos de artifício, mas em lágrimas, abraços e gritos que ecoaram de norte a sul, como se o país tivesse marcado o gol decisivo em uma Copa do Mundo imaginária. Não era futebol, porém, que unia tantos corações: era o cinema, finalmente reconhecido em sua potência máxima, carregando nas costas um século de histórias não contadas, lutas invisíveis e um pedaço da alma brasileira.

Interpretada por Fernanda Torres em uma atuação que mistura fúria e delicadeza, Eunice não é apenas uma personagem — é um manifesto. Sob o peso de um regime ditatorial, ela desafia a opressão não com discursos grandiloquentes, mas com a simples (e revolucionária) ousadia de existir. Sua luta por direitos, voz e respeito transcende a tela: é espelho de milhões de brasileiras que, nas periferias, nos campos, nas tribos ou nas ruas, resistem diariamente à invisibilidade.

O filme, dirigido por Walter Salles, não se contenta em ser um drama histórico. É um mosaico de urgências: justiça social, identidade, liberdade. Cada cena parece sussurrar que a dignidade humana é inegociável, e que a arte, quando feita com verdade, pode ser arma e abrigo.

A vitória de "Ainda Estou Aqui" não é apenas sobre um troféu. É sobre o Brasil lembrar-se de sua própria voz. Por décadas, o cinema nacional flertou com o Oscar — de “O Pagador de Promessas” a “Cidade de Deus” —, mas faltava o ápice: a consagração de uma obra que entrelaça política e poesia, denúncia e esperança.

Ao retratar a resistência contra a ditadura, o filme ressoa em um presente onde democracia e direitos ainda são campos de batalha. Eunice, em sua jornada, personifica aquilo que o país muitas vezes esquece: a coragem de lutar, mesmo quando o fim parece incerto.

Chamar a vitória de "gol" não é exagero. Assim como o futebol, o cinema brasileiro agora prova que pode jogar no campo global — não para imitar os outros, mas para mostrar a força de suas próprias regras, cores e sotaques. O prêmio é um convite: que o mundo olhe para o Brasil não apenas por suas crises, mas por sua capacidade de transformar dor em arte, e arte em transformação.
A vitória de "Ainda Estou Aqui" não se limita ao glamour de Hollywood. Ela reverbera em salas de aula, em comunidades, em debates sobre representatividade e justiça social. O filme nos lembra que a cultura é um direito, e que histórias como a de Eunice precisam ser contadas — e ouvidas.

E não apenas a história de Eunice. Personagens como Jaime Miranda, o jornalista que enfrentou a censura e arriscou a própria vida para dar voz aos oprimidos, também ecoam no filme. Sua trajetória é um lembrete de que a luta pela liberdade e pela democracia é feita de pequenos atos de coragem, que, somados, mudam o curso da história.
Que essa vitória inspire não apenas o cinema, mas também outras iniciativas que celebrem a resistência e a memória do povo brasileiro. Em Alagoas, terra de Zumbi dos Palmares, símbolo máximo da luta pela liberdade, há um projeto que merece ser revisitado: a reconstrução do antigo Hotel Atlântico.

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Esse marco histórico, que testemunhou momentos cruciais da resistência contra a opressão, pode renascer como um espaço de cultura, memória e democracia. Um lugar onde as novas gerações possam aprender com o passado e se inspirar para construir um futuro mais justo e livre.

Que essa estatueta seja a primeira de muitas, mas, acima de tudo, que seja lembrada como o dia em que o mundo ouviu, finalmente, o grito de "Ainda estamos aqui". E que esse grito ecoe não apenas nas telas, mas em cada canto do país, inspirando novas lutas, novas histórias e novos marcos de resistência.

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