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Nota sobre a História, com uma pitada de conjuntura

  • Foto do escritor: Ivan Alves Filho
    Ivan Alves Filho
  • 22 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

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A situação brasileira é objeto de preocupação e isso não é de hoje. Digo mais uma vez: a redemocratização vem frustrando o país. Um presidente que golpeou a Constituição para se reeleger, dois presidentes presos, dois afastados por impeachment e um tornado inelegível. Crise nas ruas em 2013, Lava Jato em 2014, invasão da Praça dos Três Poderes em 2023. São fatos irrefutáveis, independentemente da opinião que se tenha sobre eles. Vale dizer, estamos sentados em cima de um barril de pólvora. Só não vê quem não quer.

Um historiador francês, Ernest Labrousse, ao se debruçar sobre a crise que abalou a França em 1789, resultando na Revolução Burguesa de 14 de julho daquele mesmo ano, chegou à conclusão, após um alentado estudo com base em séries estatísticas, que o nível de vida havia melhorado durante um determinado momento e que um recuo abrupto das forças produtivas frustrou as massas camponesas. Ou seja, para encurtar: a produção de trigo caiu consideravelmente às vésperas da Revolução, traindo as expectativas de melhoria de vida por parte dos trabalhadores do campo, a imensa maioria da população da época. E quem diz trigo fala em pão. Não por acaso, as rebeliões camponesas na França eram conhecidas como "Le peuple se lève" ou "Le pain se lève". Em tradução livre: O levante dos pães ou O povo se subleva.

Segundo Labrousse, as crises políticas estouram quando o desenvolvimento das forças produtivas deixam de corresponder às expectativas das massas. Isso não ocorre em período de prosperidade e tampouco de miséria aguda, ambos desfavoráveis às mudanças sociais. No primeiro período, as massas se acomodam; no segundo, sequer vislumbram mudanças, permanecendo imobilizadas. O historiador recorreu à Estatística, que começava precisamente a se desenvolver no século XVIII na França, para estabelecer as leis do processo revolucionário.

Essas considerações vieram à minha cabeça quando alguns estudos, como os da economista Zeina Latif, apontam que a produtividade do trabalho cresceu em média 1,9% ao ano entre 1985 e 2022. Ocorre que, para a mesma fase, a remuneração do trabalhador aumentou apenas 0,4% em média. Quando vejo que o pacote fiscal do atual governo propõe a contenção do aumento do salário mínimo, limitado a 2,5% de ganho real, creio ter entendido o recado. Ou seja, a transferência de renda do Capital para o Trabalho pode esperar mais um pouco.

É o caso de se perguntar: até quando?

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