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O periclitante centro de Macron

  • Foto do escritor: Bruno Soller
    Bruno Soller
  • 1 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de out.


Macron no Brasil, em 2024. Foto: Fabio Charles Pozzebom/Agência Brasil

Em 2017, o atual presidente atraiu eleitores desiludidos com a polarização severa. Agora, não consegue manter um primeiro-ministro no cargo

Eleito presidente em 2017, Emmanuel Macron fundou o La République En Marche!, uma plataforma que mesclava elementos do centro liberal, de social-democratas e alguns setores do conservadorismo.

Sua candidatura representou uma ruptura com os partidos tradicionais, como o Partido Socialista e os Republicanos, atraindo eleitores desiludidos com a polarização severa.

Dados de pesquisas feitas à época de sua primeira candidatura indicam que Macron conquistou uma base significativa de apoio ao propor reformas econômicas e sociais voltadas para a inovação e a redução do papel do Estado na economia.

O sucesso de Macron inspirou movimentos de centro ao redor do globo.

Países como Itália, Espanha e até mesmo na América Latina, viram em seu modelo uma referência a uma política mais moderada e reformista, longe das posturas extremadas.

Assim, a figura de Macron consolidou-se como símbolo de uma terceira via que combina progresso econômico com estabilidade social, influenciando estratégias eleitorais e agendas políticas.

Apesar do entusiasmo inicial, Macron enfrenta atualmente uma série de desafios.

Desde 2022, seu governo vem sendo marcado por protestos massivos e uma crise nas relações com membros do próprio partido e do governo.

A queda da primeira-ministra Élisabeth Borne, em meio a dificuldades na condução de reformas e aumento da oposição, agravou essa situação.

Durante seu mandato, Borne enfrentou rebeliões internas, resistência de opositores e uma crescente insatisfação popular com os resultados das reformas propostas pelo governo Macron.

Após sua saída, Macron buscou uma nova estratégia.

Defendeu o nome de Gabriel Attal, o mais jovem político a chefiar um governo na quinta República francesa, mas o efeito não foi o esperado.

Em pouco menos de dez meses, ofereceu sua renúncia, com a crescente insatisfação popular e as pesquisas indicando um aumento do movimento conservador francês.

Com a antecipação das eleições legislativas, Macron precisou equilibrar seu pêndulo centrista para a direita.

Michel Barnier assume o governo e vira uma solução absolutamente antagônica ao que representava Attal.

Barnier, conservador, gaullista e o mais velho a assumir o posto, no entanto, acabou por entrar para a história com duas marcas muito negativas: o que governou por menos tempo na quinta República, apenas três meses, e o segundo a ser derrubado por uma moção de censura, que unificou as polarizadas direita e esquerda francesas.

Conhecido do grande público, com leveza para dialogar com os diferentes partidos, com postura centrista, vasta carreira como deputado europeu e mais palatável à esquerda, que andava muito contrariada com Barnier, François Bayrou foi o escolhido de Macron para tentar dar novo norte no seu desgastado governo.

Buscando ampliar sem perder a interlocução com a direita, Bayrou nomeou Gérald Darmanin como ministro da Justiça, uma decisão que gerou controvérsia devido às polêmicas envolvendo seu passado e questões de direitos humanos.

Com o aumento exponencial da imigração e crescimento da violência urbana, principalmente nas cidades do sul do país, como Marselha, a segunda mais populosa, Darmanin foi uma tentativa de mostrar um governo mais austero.

O impacto da Covid-19, que gerou uma contração média nos dois anos de 8,7%, inflação galopante que tem afetado o poder de compra dos franceses, alta no desemprego, aumento da energia com a guerra russo-ucraniana e uma dívida pública que atingiu 115% do PIB, são fatores que têm impactado em demasia a condução do país e tem tido efeitos devastadores para Macron.

As promessas de equilíbrio das contas, com progressismo social e liberalização econômica não têm chegado à população.

Apesar da maioria dos franceses apoiar as medidas reformistas anunciadas pelo presidente, de acordo com o Ifop, apenas 37% da população aprova sua gestão.

O Ipsos traz dados ainda mais preocupantes: menos de 40% confiam na sua capacidade em liderar o país e 60% dizem que só apoiariam o presidente caso as reformas prometidas fossem de fato consumadas.

Com a queda de Bayrou, Macron tenta renascer ao indicar Sebastien Lecornu, seu antigo ministro da Defesa para chefiar o governo.

Sua última cartada é tentar resolver a questão orçamentária, que tem sido a grande algoz dos primeiros-ministros.

O sucesso do centro mundial está nas mãos do novo indicado de Macron.

Caso não consiga reverter esse difícil quadro, as eleições deverão ser antecipadas e a marcha de Macron tende a ser para sua casa, bem longe do Palácio Presidencial, dando à polarização extrema, a vitória que sonham há quase uma década.

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