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Polêmica em alta no comércio mundial

  • Foto do escritor: Renata Bueno
    Renata Bueno
  • 9 de abr.
  • 2 min de leitura

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Nos últimos dias, o mundo acompanhou com apreensão o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma série de novas tarifas de importação. O que ele chama de “tarifas recíprocas” afeta mais de 180 países, com alíquotas que variam entre 10% e 50% sobre produtos importados. A tarifa básica de 10% já entrou em vigor no dia 5 de abril, e as demais seguiram no dia 9. Essa medida causou uma forte onda de reações no cenário internacional, renovando temores de uma nova e perigosa guerra comercial.

Como especialista em relações internacionais, e com forte atuação na defesa dos interesses da comunidade ítalo-brasileira, acompanho com grande preocupação essa movimentação. A proposta de Trump pode parecer, à primeira vista, uma forma de proteger a indústria americana e aumentar a arrecadação do governo. Mas, na prática, ela agrava tensões já existentes e pode lançar o mundo em uma recessão global. Diversos países anunciaram retaliações, e essa escalada preocupa não apenas os governos, mas também os mercados e as empresas que operam internacionalmente.

Entre os mais prejudicados estão a União Europeia, que foi atingida por uma tarifa de 20%, e a China, com taxas que chegam a 34%. A Comissão Europeia reagiu rapidamente, classificando a medida como “injustificada e contrária aos princípios do comércio internacional”, e iniciou conversas com os Estados-membros para definir contramedidas. A Europa, historicamente comprometida com o multilateralismo e a cooperação econômica, vê essa decisão dos EUA como uma ameaça direta ao equilíbrio comercial global.

No caso da Itália, país com o qual mantenho um profundo vínculo afetivo e institucional, os impactos podem ser particularmente sensíveis. A Itália tem uma economia altamente exportadora, com forte presença nos setores de alimentos, vinhos, moda, design e automóveis — todos diretamente afetados por barreiras tarifárias. Empresas italianas que exportam para os Estados Unidos já estão revendo seus contratos e estratégias de distribuição. E isso, naturalmente, também afeta a comunidade ítalo-brasileira, que participa ativamente desses fluxos comerciais.

O Brasil, embora tenha recebido uma tarifa mais branda de 10%, não está imune. Segundo o economista Breno Falseti, sócio da Rubik Capital, essa posição pode ser vista como uma vantagem competitiva em relação a outros mercados emergentes. Houve até uma leve valorização do real e queda nos juros futuros. Mas precisamos ter cuidado com essa aparente vantagem. Vivemos em um mundo interconectado, e os efeitos colaterais de uma guerra comercial sempre chegam, ainda que com atraso.

O professor Lucas Ferraz, da FGV, alertou para os riscos de recessão global, destacando que a China já anunciou retaliações “tête-à-tête” e que a União Europeia prepara medidas na mesma direção. O cenário é de tensão crescente, e qualquer erro de cálculo pode gerar um efeito dominó sobre investimentos, empregos e estabilidade econômica.

O momento exige responsabilidade, diálogo e visão estratégica. Tarifas não constroem pontes — elas erguem muros. E muros, como a história nos ensina, nunca trouxeram progresso. Precisamos trabalhar por relações comerciais mais justas, previsíveis e transparentes. Não podemos permitir que decisões unilaterais coloquem em risco o equilíbrio que tanto lutamos para construir.

Como brasileira, como cidadã italiana, como defensora do diálogo entre nações e do fortalecimento das relações entre América Latina e Europa, reafirmo meu compromisso com o equilíbrio, a cooperação e o desenvolvimento conjunto. O mundo só avança quando caminhamos juntos.

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