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PRESA NOS COSTUMES, RENOVAÇÃO DEMOCRATA ESQUECE AS DORES DOS AMERICANOS

  • Foto do escritor: Bruno Soller
    Bruno Soller
  • 3 de nov.
  • 3 min de leitura
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Recuperação econômica, foi com esse mantra que Bill Clinton venceu as eleições norte-americanas, de 1992. Até hoje rememorada, a frase de James Carville, um dos principais conselheiros políticos e guru das pesquisas eleitorais do ex-presidente, “Ït’s the economy, stupid”, mostra um pragmatismo que o Partido Democrata tem perdido desde a ascensão de uma ala muito ideológica e sectária, identificada com pautas de empoderamento e costumes. O tradicionalismo tem envelhecido e as novas lideranças não mais se coadunam com o que os democratas historicamente representaram.  
 
Na esteira do sucesso de Obama, Hillary Clinton enfrentou Trump, em 2016, e caiu na armadilha que o partido tem tido dificuldade em superar. Conhecida por suas posições moderadas e até razoavelmente conservadoras como senadora, a candidata à época, fez uma mudança radical para agradar a ala mais progressista do partido, que tinha em Bernie Sanders um ídolo. Hillary esqueceu de falar do problema comum dos americanos e fez uma campanha sobre direitos, junto de artistas, buscando uma roupagem que poderia lhe garantir a adesão afirmativa dessa parcela da população. O resultado foi uma doída derrota para alguém que fez aquilo que seu marido tinha feito em 92, falado com o cidadão comum, que tem dores muito maiores do que os apelos ideológicos.
 
Para enfrentar Trump, com a desistência de Biden, por razões médicas, Kamala Harris fez um marketing bastante direcionado para esquerda, cometendo inclusive erros de principiante como quando zombou de um cristão fervoroso, que a interrompeu em uma audiência, dizendo que lá não era o lugar dele. Postura essa que gerou inclusive dissidência entre os negros americanos protestantes, importante parcela da população localizada no sul e sudeste do país, e que costumeiramente vota nos democratas pela questão da defesa racial.
 
Nas eleições municipais de Nova Iorque, que serão celebradas no dia 4 de novembro, as pesquisas tem apontado para uma possível vitória de Zohran Mandami, um jovem, de origem indiana, nascido em Kampala, Uganda, e de religião muçulmana. O candidato é uma sensação absoluta no país, por carregar todos os estereótipos que se contrapõem ao que Donald Trump representa. De orientação socialista, o candidato tem gerado uma verdadeira convulsão social, chamada de “efeito Mandami”, com algumas pessoas já até se mudando da cidade pelo medo que estão com as possíveis novas sobreposições de impostos e programas de habitação social.
 
No processo das prévias do partido, a vitória de Mandami se deu justamente contra Andrew Cuomo, ex-governador do estado de Nova York e representante da ala clássica dos democratas. Cuomo enfrentará Mandami novamente, mas agora como um candidato independente, numa corrida que ainda tem o ativista republicano Curtis Sliwa. Com o apoio de Sanders e de Ocasio-Cortez, líderes da ala progressista do Partido  Democrata, Mandami é mais um político que tem solapado o establishment democrata, que é a ala que tem chances reais de vitória numa eleição presidencial, justamente por conseguir sair da bolha que a esquerda partidária tem prendido a sigla.
 
Clinton prometeu recuperação econômica e novos empregos, Obama uma mudança de estado de espírito, pós George Bush, e programas sociais na área da saúde e mesmo Biden conseguiu de certa maneira propor uma nova economia, mais sustentável e pacificação pós Trump, sempre com uma tônica de moderação e respeito às instituições sagradas para os americanos. Com objetivo e entregas claras, as campanhas foram vitoriosas. Representaram mais que lados políticos, eram exemplos de concretude no que se propunham a fazer.
 
A renovação do partido Democrata é do ponto de vista eleitoral letal para o partido no jogo nacional. Ela enfrenta mais do que os Republicanos, ela enfrenta a história do próprio partido. O anti-establishment pode criar figuras populares, com grandes apoios de uma massa que faz muito barulho, mas que não tem voto para ser majoritária. Com o custo de vida alto e crescente, em função das tarifas internacionais impostas por Trump, a economia norte-americana é um ponto mais urgente para ser debatido para a maioria da população do que a adoção de banheiros unissex em locais públicos.
 
O Partido Democrata, do New Deal, da segurança social, dos Direitos Civis, da reforma da saúde, da expansão dos direitos trabalhistas, da aliança internacional contra o nazi-fascismo, do Plano Marshall e da implementação da ONU, precisa ter uma renovação que não rasgue simplesmente a sua bonita história e o refunde como um puxadinho de uma esquerda reacionária, que não aceita as mudanças que a sociedade impõe do ponto de vista econômico e seja monotemática na afirmação de pautas identitárias que tiveram justamente avanços quando o establishment do partido esteve no poder.

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