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19 de Março e a religiosidade do povo nordestino na busca de dignidade e trabalho

  • Foto do escritor: Regis Cavalcante
    Regis Cavalcante
  • 19 de mar.
  • 2 min de leitura


O dia 19 de março é, de fato, uma data significativa na tradição católica, dedicada a São José, esposo de Maria e padroeiro dos trabalhadores e das famílias. No Nordeste do Brasil, especialmente no sertão, essa data também carrega um simbolismo importante relacionado ao clima e à agricultura.

De acordo com a crença popular, se chover no dia 19 de março, é um bom presságio para a chegada das chuvas de inverno, que são essenciais para a região semiárida. Essas "águas de março" são aguardadas com esperança, pois marcam o fim do verão e o início de um período mais úmido, crucial para o plantio e a subsistência das comunidades rurais.

Essa tradição reflete a forte conexão entre a religiosidade, a natureza e o cotidiano do povo sertanejo, que há gerações observa os sinais da natureza e os interpreta como parte de sua fé e cultura.

Com certeza, a relação entre os sinais naturais, a cultura sertaneja e o progresso humano é um tema profundo e complexo. A literatura, como em “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, retrata de forma crua e realista o sofrimento e a resistência do povo do sertão diante da seca e da miséria. A obra é um retrato atemporal da luta pela sobrevivência, mas também um alerta sobre as desigualdades sociais e econômicas que persistem na região.

Ao longo dos anos, avanços tecnológicos, como a construção de cisternas, barragens e técnicas de irrigação, têm ajudado a mitigar os efeitos da seca. No entanto, essas soluções ainda não são suficientes para garantir uma vida digna a todos os sertanejos. A economia da região precisa de uma reformulação urgente, que priorize a sustentabilidade, a distribuição justa de recursos e o acesso à educação e à saúde.

Por fim, não podemos ignorar a ameaça da crise climática, que agrava os desafios já enfrentados pelo sertão. O aumento das temperaturas, a irregularidade das chuvas e a desertificação são realidades que exigem ações globais e locais. A adaptação às mudanças climáticas deve ser acompanhada de políticas públicas eficazes e de um compromisso coletivo com a preservação do meio ambiente.

Assim, que o dia de São José, seja um chamado à reflexão e à ação: é preciso honrar a resiliência do sertanejo, mas também garantir que o futuro da região seja marcado por justiça social, desenvolvimento sustentável e respeito aos limites da natureza.

Por Regis Cavalcante, Jornalista e professor da Ufal.

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